quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Capítulo 2 - D Continuação : A Sefirá de Daat


        3.     Os Planetas e os Elementos Astrológicos
Temos formado o Fluxo Mental com as três Sefirót: Chochmá, Biná e Daat. Inspiração, Entendimento e Sabedoria. Respectivamente, os planetas astrológicos associados são: Urano, Saturno e Plutão. Na astrologia cada planeta rege um determinado signo. Isso significa que a cada constelação da eclíptica (caminho que o sol faz no céu, passando pelas constelações), tem associado um planeta. Nos caminhos entre as Sefirót, estão posicionados os signos. Assim, cada caminho, além das Sefirót, também é regido pela qualidade do planeta que lhe é associado. Entre as Sefirót de cada fluxo (mental, emocional interiorizado e emocional exteriorizado), os caminhos são regidos pelos elementos astrológicos: fogo, ar e água. O elemento terra é associado a última Sefirá, Malchut.
A Cabala diz que reencarnamos no momento exato em que teremos a localização astrológica mais favorável para superar as limitações que detiveram o crescimento de nossa alma no passado. Assim, analisar a Árvore da Vida com os planetas posicionados no momento de nosso nascimento é saber todo o nosso potencial para crescimento e elevação espiritual de nossa alma.
Nesse ponto estamos estudando a Árvore da Vida em sua constituição básica, sua estrutura, para depois entendermos como utilizá-la como mapa que guia nosso caminhar, as escolhas que a pessoa fez na outra vida e sugere que rotas ela pode seguir agora para chegar ao melhor destino da viagem espiritual.
A astrologia cabalística pretende olhar o Homem na sua relação com o Universo, desde um ponto de vista espiritual. Cada planeta possui sua característica energética àquela representada pelas Sefirót, que também são modelos dessa energia. Por isso que o estudo da astrologia nos ajuda a compreender a Cabala e vice-versa: cada Sefirá é representada por um planeta, cada planeta representa uma Energia Criadora. O cabalista, olhando o mapa e a arvore da vida de uma pessoa, determina qual o tipo de desiquilíbrio energético que impede o alcance e a realização de um determinado desejo, desenvolvimento ou dificuldade de lidar com alguns aspectos da vida. O principal trabalho do cabalista, quando analisa o mapa de uma pessoa, é saber quais os obstáculos a serem superados nesta encarnação, os Chamados Tikunim (plural de Tikun, correção). Cada signo astrológico, além de estar relacionado a um planeta regente, está relacionado com uma letra do alfabeto hebraico, por exemplo, Àries (cuja terminologia em hebraico é Talê) é regido por Marte e está associado á letra Hê, a quinta letra do alfabeto hebraico. Cada signo representa uma tribo de Israel, um dos doze filhos de Jacó, que na Torá está caracterizado na sua benção proferida a cada filho no momento de sua morte. Em nosso exemplo, Àries representa a tribo de Reuvem (Rubens).
No estudo dos Fluxos Energéticos, estaremos estudando os planetas, os signos, os elementos de cada Sefirá, caracterizando as energias que envolvem cada Sefirá, cada caminho e a relação entre eles dentro do fluxo.
No Fluxo Mental da Árvore da Vida que envolve as Sefirot de Chochmá, Biná e Daat, estaremos estudando o elemento astrológico fogo, representado pela letra Shin, e os três planetas, Urano, regendo Chochmá, Saturno, regendo Biná e Plutão, regendo Daat. Deixaremos para estudar os caminhos e planetas de Keter, a primeira Sefirá, no final do estudo, pois representa o Ein Sof.
Dadas as explicações iniciais, vamos iniciar a dissecar os componentes astrológicos do Fluxo da Mente.
        a)  O elemento Fogo, que caracteriza o caminho que liga Chochmá e Biná. Analisaremos o elemento estudando o efeito que causa na personalidade da pessoa, e isso caracteriza a energia do caminho. O tipo de fogo representa a iniciativa, o entusiasmo e a vontade. Fortalece a individualidade e o impulso para dar início aos projetos. A pessoa com Fogo dominante é alegre, apaixonada, conduz a sua vida de maneira espontânea e autoconfiante. A pessoa se move de maneira segura, sem se importar com as oposições e obstáculos. É como se a pessoa incorporasse toda energia desse elemento em sua vida. Precisam de espaço, liberdade e seu grande prazer é iniciar projetos novos, no geral são grandes realizadores. A impetuosidade está presente, o que pode incomodar pessoas mais sensíveis e acomodadas. O fogo é um elemento civilizador  por natureza, foi o fogo que permitiu todo o desenvolvimento tecnológico que conhecemos, mas a sua força destrutiva é igualmente poderosa. Em seu lado negativo, portanto, a impaciência e a impulsividade podem facilmente se transformar em agressividade e imprudência. A destrutividade pode se manifestar tanto no plano material como no dos sentimentos. São pessoas capazes de liderar positivamente grandes grupos, mas, às vezes, carecem de tato e consideração pelos outros, passando por cima de pessoas e sentimentos. Tradicionalmente, harmoniza-se com o elemento ar. Signos com o elemento fogo: Áries, Leão e Sagitário.
    b)  Outra característica astrológica é o ritmo astrológico. Ainda não lidaremos com essas características na análise do Fluxo Mental. Os ritmos são: dinâmicos, estáveis e adaptáveis. Os dinâmicos, chamados de cardinais na astrologia, são os signos: Áries, Câncer, Capricórnio e Libra. Os estáveis, os signos fixos, são: Escorpião, Touro, Aquário e Leão. Os adaptáveis, chamados de mutáveis, os signos: Peixes, Virgem, Gêmeos e Sargitário.
    c) Os planetas. No Fluxo Mental, a Sefirá de Chochmá, é regida pelo planeta Rurano, a sefirá de Biná, regida pelo planeta Saturno e a Sefirá de Daat, regida pelo planeta Plutão. Abaixo vamos analisar as energias envolvidas por esses planetas.
O Planeta Urano
A partir de Urano, na sequencia dos planetas do sistema solar, temos os planetas chamados “transaturninos”, ou “transpessoais”, porque de acordo com a astrologia, a influência daqui em diante é mais ampla e geracional (geração). Os planetas transpessoais são, Urano, Netuno e Plutão. Urano é o planeta do inesperado, do inovador, das mudanças repentinas e radicais. A eletricidade, as grandes revoluções científicas e sociais, as explosões, acidentes aéreos, tudo que se choca pelo inesperado, pela rebeldia. Sua energia é responsável pelo anticonvencionalismo, o anticonformismo. A sua influência faz com que as coisas nem sempre saiam como o esperado. O excesso de rigor e disciplina (caracterizado pelo planeta Saturno) é duramente testado e até destruído pela maneira explosiva com que às vezes essa energia se manifesta. Podemos interpretá-lo também como a oitava superior de Mercúrio, sendo, então, símbolo da comunicação e forma de pensamento transcendental de uma pessoa. É interessante esse aspecto no nosso estudo, pois estaremos analisando a Sefira de Chochmá, regido por Urano, através do pensamento de Kant, a análise transcendental da cognição.
O Planeta Saturno
Saturno é o segundo planeta explicitamente mencionado na Torá (a Bíblia hebraica), o primeiro foi Vênus. Em Amós, no capítulo 5, versículo 26, lemos: “Sim, levastes Sicute, vosso rei, e Caiwan, vosso deus-estrela, imagens que fizestes para vós mesmos”. Caiwan, ou Kaiwan, ou ainda Kiun, se refere, nas escrituras babilônicas, ao planeta mais lento cnhecido na época, ou seja Saturno. Sicute, que também aparece no versículo associada pelo profeta Amós a esse planeta, é o nome de Ninurta, deusa-planetária babilônica mesclada a Saturno. Os sírios e árabes continuaram usando o termo Kaiwan para falar de Saturno até os dias atuais. O termo se modificou para Kevan no Zoroatrismo.
Saturno é o senhor do tempo e também o cobrador de dívidas passadas. Onde temos Saturno a correção é cobrada e exigida de forma mais severa e às vezes de forma dolorida e pesada. A disciplina e a responsabilidade saturninas são, às vezes, duras e cruéis, mas nos fazem crescer e evoluir. Podemos dizer que Saturno é o pai severo, mas às vezes retribui com sabedoria e conquistas duradoras os sacrifícios impostos àqueles que têm influência saturnina em seu mapa. As lições de Saturno envolvem restrições, renùncias, perdas, disciplina rigorosa, ascetismo, reserva, discrição, economia (que, às vezes, beira a mesquinhez), medo, rigidez, persistência, atrasos, paciência, resignação a algo, alguém ou situação, doenças e perdas financeiras. É fácil entender porque Saturno ganhou a fama de maléfico. Embora seu modo de ensinar seja sofrido e desagradável, é ele que nos ensina o valor real das coisas, principalmente aquelas obtidas à custa de muito esforço e paciência.
O Planeta Plutão
O temido planeta longínquo é regente de Escorpião, domina os setores da vida mais misteriosos e incontroláveis, que incluem a morte e o sexo. Tudo que leva à transcendência e à transformação radical carrega a energia plutoniana. Enquanto Urano representa mudança. Plutão representa transformação. Com esse planeta ascendemos espiritualmente, mas também chegamos às profundezas da degradação. Tudo o que ocorre no subterrâneo, todas as manifestações de poder autoritário, manipulador e controlador, o sadismo, o masoquismo, as perversões, o abuso de poder, são a manifestação dessa energia, que pode ser transformador e renovador, ou perverso e cruel. Temos aqui a oitava superior de Marte, só que, enquanto Marte a manifestação de Marte é franca e direta, a de Plutão é oculta e misteriosa. O desejo de Plutão é estar no controle.

 Temos agora os conceitos das Sefirót que compõem o Fluxo Mental. Os planetas que caracterizam a essência das Sefirot, Oe elementos astrológicos das energias. Vamos estabelecer um dinamismo de comportamento das Sefirót, que até agora foram consideradas como figuras representativas de energias, mas que na verdade são órgãos da fisiologia da alma, com dinamismo e em funcionamento e mudança constante.
O trabalho de síntese que foi visto até agora, vai ser de visualizar a Árvore da Vida, no Fluxo Mental, por enquanto, para integrar todas as partes constituintes e entender os conceitos integrados do modelo da Árvore a astrologia, as letras hebraicas. Desenvolveremos no capítulo em continuação, uma parte específica para fazer essa análise integrativa.

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